Quem diria que a distância seria prova de amor,
Que o ficar em casa, se tornaria um clamor mundial.
Quem diria, que no dia mais importante da minha vida, aquele que mais sonhei,
Ficaria incompleto e não realizaria da forma que sempre imaginei,
E o que me foi permitido, apenas o vazio do corredor, enquanto cada segundo parecia não ter fim.
E naquele corredor, eu não teria ninguém para acalmar meu coração, que gritava pelo misto de sentimentos, emoções e preocupação.
E quando ecoou aquele choro rouco e forte,
Sabia que nosso maior sonho havia nascido,
Cai em lagrimas, de alegria e tristeza, pois ao lado da minha esposa não estava, para juntos contemplar nosso milagre.
Naquele corredor vazio, não havia ninguém par que eu pudesse compartilhar minha alegria.
Quem diria que nossos dias se tornariam exaustivos, por causa do medo e do peso de nossas escolhas,
Quem diria que mais uma vez meu coração ficaria em pedaços,
E teríamos que deixar nossa casa vazia, por cuidado, enquanto o coração suplicava par que ela estivesse cheia.
Quem diria, que em meio ao caos o orgulho falaria mais alto,
Quem diria, que ideais políticos, seriam mais relevantes que a vida,
Quem diria que a humanidade se tornaria tão mesquinha com sua propria existência.
Quem diria que um vírus, fosse roubar tantos sonhos, momentos e lembranças,
Tivesse a capacidade de nos fazer prisioneiros em nossas casas e reféns do medo,
Quem diria que um vírus, pudesse devastar nações, destruir famílias.
Jean Paulo de Oliveira 27/03/2021