Passamos a vida inteira nos lapidando,
Buscando sempre evoluir,
Rompendo nossos limites, barreiras, limitações,
Estudando, se especializando e nos atualizando,
Doutrinando nossa mente a não misturar as coisas, pessoal e
profissional, por mais que estejam interligadas e sejam codependentes.
Passamos a vida, resolvendo o emaranhado de emoções,
sentimentos, traumas, medos, erros, acertos, feridas, cicatrizes e buscando o
equilíbrio entre o dever, a responsabilidade e a grande vontade sair e tocar o
foda-se.
Como um alerta, nossa alma exausta de todo nosso esforço,
sussurra a nossa mente:
- Ei, está valendo a
pena?
Aí a gente para, respira e olha ao nosso redor e acaba
percebendo que o ambiente que estamos, não nos comporta,
E percebemos que a porta esta aberta mais não saímos,
Que nossas assas estão na gaveta, junto com diversos papeis,
Que cada dia ali, é como estivesse jogando no lixo seu tempo
ou jogando pérolas aos porcos.
O tolo é tratado como ouro e o ouro é tratado como se não
tivesse valor,
Você percebe algo que a muito tempo já sabe,
Que não merecem sua dedicação, seu talento, comprometimento
e conhecimento.
Que você se acostumou a ser lembrado, somente quando o barco
está a afundar,
Como se fosse aquela saída alavanca de emergia,
Quando precisam sanar um incêndio.
Você percebe, que se tornou o vilão, que suas costas estão
cheias de cicatrizes,
Que o aperto de mão é falso,
A cordialidade já foi extinta a muito tempo,
A palavra é dirigida, em último recurso,
E o que era leve e feito com amor e dedicação,
Se torna um caminho de cruz e interminável,
E você percebe que já não faz mais o extraordinário e faz
nada mais que o trivial.
E sem perceber, acaba levando para casa, o fardo que suga
sua saúde emocional,
Que te deixa exausto,
Isso acontece pois o trabalho se torna emprego,
O prazer e o amor se tornam mera obrigação e necessidade.
Jean Paulo de Oliveira 10 de abril de 2024